domingo, 15 de janeiro de 2012
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Decepção
Quem nunca se decepcionou que atire a primeira pedra. Seja com namorado, amigo, mãe, pai, ou até consigo mesmo...Acontece, é normal, mas dói um bocado...
Nem sempre o tempo cura, talvez cicatrizem as mágoas, mas as marcas permanecerão lá, para sempre.
As lágrimas algumas vezes são inevitáveis...
Nem sempre o tempo cura, talvez cicatrizem as mágoas, mas as marcas permanecerão lá, para sempre.
As lágrimas algumas vezes são inevitáveis...
A decepção trai nossa confiança, nos deixa no chão. Não desejo para ninguém, palavras de uma pessoa recentemente decepcionada (com uma série de fatores os quais não caberiam no texto).
E então de repente você espera uma atitude, espera que as coisas dêem certo, e vê que tudo está desmoronando bem na sua frente de uma maneira na qual você jamais imaginou que pudesse acontecer, e você se vê frustrado.
Infelizmente são coisas da vida, nos resta apenas seguir em frente.
Abraço.
Luiza Vilela
E então de repente você espera uma atitude, espera que as coisas dêem certo, e vê que tudo está desmoronando bem na sua frente de uma maneira na qual você jamais imaginou que pudesse acontecer, e você se vê frustrado.
Infelizmente são coisas da vida, nos resta apenas seguir em frente.
Abraço.
Luiza Vilela
Poema em linha reta.
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa) |
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
(Álvaro de Campos)
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